Das agressões físicas e verbais

03/02/2019

Quem bate em mulher é covarde! Ponto final. Não há exceção ou o que replicar.

Graças a Deus, nunca em minha vida bati em mulher. Já fui agredido sim, mas tive controle para não devolver na mesma moeda. Para quem pratica a arte marcial isso é honroso, ao invés da ideia estúpida de que tem que "dar uma broca" para ela aprender a respeitar homem. Quem agride é que se desrespeita. Como dizia Platão, prefiro sofrer uma injustiça a ser o injusto, prefiro ser roubado a ser ladrão. E se for roubado, não vou cair na cilada de descer o nível e roubar para me vingar. O mesmo vale para qualquer ação ética que reprovamos.

Tenho 80 kg e gosto de treinar com quem tem 100 kg, seja a modalidade que for, boxe, muay thai, etc., para que quando lutar com um de meu peso esteja mais preparado. Porém, desde criança, no mundo das artes marciais já vi muitos covardes que, principalmente quando há alguma mulher na academia assistindo, querem lutar com os menos graduados e mais leves a fim de se sobressairem.

Se nas artes marciais aprendemos a evitar brigar na rua ou com quem não pratica alguma luta pois é desigual, quanto mais bater em uma mulher...

Quem quer respeito deve conquistar isso não através da brutalidade, mas por mérito, por ter um caráter honrado ao invés de vulgar ou baixo, porque toda agressão física ou verbal, mesmo os xingamentos, etc., é tudo baixaria, coisa de quem tem um caráter menos evoluído e por isso comumente chamado de mais baixo. Daqui a expressão “baixaria”, pois oriunda de um espírito descontrolado, sem domínio. O Rei Salomão em seus Provérbios diz que “como uma cidade derrubada que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio”. Diz ainda que “o tolo expande toda a sua ira, mas o sábio a encobre e reprime”. A ira vem em ambos, por conta da condição humana, mas a reação do sábio é buscar o controle.

Quem é descontrolado, intemperante e faz baixaria não possui entendimento o suficiente para valorizar um caráter moderado e honrado. Só quem tem esses valores pode entender e reconhecer. Quem não tem, acha que a brutalidade e a agressividade é ser “forte”. Mas é o contrário. O orgulho é fraqueza. Ser orgulhoso é fácil. É só seguir a natureza humana, sem pensar na educação, na disciplina, na ética, e daí o terreno já está propício para agredir e ser agredido. Difícil mesmo é ser humilde. Reconhecer o erro. Engolir o ego e aceitar a crítica ou a correção quando erramos, aprendendo com nossos erros. Somente esses evoluirão, pois não há outro caminho para o crescimento.

Crescer na vida não é adquirir riquezas. Há muita gente rica, que na verdade é pobre nesse sentido. O crescer reside no aperfeiçoamento ético, do caráter, em aprender com os erros e mudar constantemente, pois como dizia Raul, eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Assim, se o outro, seja quem for, não respeitar e agredir, no fundo é a própria pessoa que não se dá ao respeito. Cada um é responsável por si mesmo. A grande questão não é o que fazem conosco, mas aquilo que fazemos com o que fazem conosco, ou seja, como reagimos, interna ou exteriormente em nossos atos. Não temos poder sobre a ação do outro. Muitas vezes não tenho como evitar que alguém seja injusto comigo, por isso Platão dizia que é preferível sofrer a injustiça a praticá-la. Devo me esforçar para que eu não retribua a injustiça, e na medida do possível, até tentar esclarecer com paciência ao outro para que ele possa perceber que está sendo injusto, o que só é possível a partir da consciência do amor ao próximo.

Errar, todos os seres humanos erram, seja em palavras injustas, etc., pois como diz a música, não existe superman...É preciso ter tolerância a partir da consciência de que nós erramos também, e esse quesito é crucial, pois desenvolver a tolerância é um alvo elevado e significa grandeza de espírito, alvo esse que todos devemos buscar. Mas partir para a agressão física ou verbal, jamais, pois o maior bem que o homem pode adquirir na vida não é material, mas o legado de uma estatura ética elevada, um bom caráter, a honra, o que deve ser nossa aspiração maior nessa passagem transitória nessa terra.


Por Rômulo Macêdo

  

Do fundamento rastafári

Por Rômulo Macêdo

3/2/2019

Ontem, 2 de fevereiro, foi dia de Yemanjá, mas é muito importante esclarecer que nós, adeptos da doutrina rastafári, não acreditamos em Yemanjá, nem em nenhuma outra divindade, a não ser Jah, com todo respeito à fé de quem acredita.
Comungamos com nossos irmãos do terreiro, pois ambos somos cultura negra, respeitamos e desenvolvemos a tolerância em meio à diversidade, mas divergimos no que tange à concepção da Divindade.
Como disse Câmara Cascudo, a concepção do candomblé remete à dos gregos antigos, e há muitas analogias possíveis, todavia, o fundamento do rastafári é a crença em Jah como única Divindade regente do cosmos, como diz Bob Marley no Natty Dread em So Jah seh: "só Jah é Deus", e ainda em Jamming: "Jah está no Monte de Sião e comanda toda a criação", diferente do que sugere o antropomorfismo na antiga concepção pré-filosófica grega da mitologia, de uma divindade regendo o mar, outra o trovão e assim por diante.

Yeshua (Jesus) na concepção rastafári é simbolizado como o Leão Conquistador da Tribo de Judá, o Rei dos Reis. Alguns dos nossos irmãos da Jamaica defendem que o leão seja o Imperador da Etiópia, Haile Selassiê, uma suposta reencarnação de Jesus Cristo, porém Bob, segundo a biografia definitiva, não alimentou essa crença até o fim. Nem Selassiê acreditava que era Jah em carne...Nossos irmãos rastas da tradição baiana e brasileira em geral não proclamam Selassiê, seja a Tribo de Jah, vide "Dois Mil Anos", seja Sine Calmon, Nengo Vieira, Edson Gomes e nós também do Som das Ondas.
Se alguém canta reggae falando em Yemanjá, pode até ser reggae, mas não é rasta. Desconhece o fundamento. Dread lock no cabelo não confere o título de rasta, entenda-se! Alguém pode usar dreads e não conhecer o fundamento, assim como pode não usar e ser adepto da doutrina, alright.
Portanto, nossa louvação através do reggae é somente a Jah, e esse quesito é inegociável na concepção rasta, como faz menção Bob na faixa título Survival do antigo reino da Babilônia, "nos lance no fogo como Sadraque, Mesaque e Abdenego e não queimaremos..." É importante pesquisar as letras para entender o porquê da menção de Bob desses três personagens e do que significa a Babilônia nesse contexto.
Mas independente das diferenças, ao invés de alimentar o espírito partidário dos dogmáticos e religiosos, pois o rastafári deve ser uma concepção da espiritualidade livre, tal como a arte o é, divergindo sem dividir, e enfatizando o amor e a união, como disse Bob em One Love, vamos seguir juntos para estar bem! ;)
Jah bless!!
#fundamento #rastafari #yemanja #sojahseh #onelove #jahbless



Rômulo Nunes Macêdo é cantor e músico na banda Som das Ondas, chef de cozinha no Júbilos Buffet em Itabuna, professor, graduado em filosofia pela UESC e pós-graduado em história pela UESC. Pesquisa história da música no Brasil.

Whats: 73-991531383

E-mail: jubilosbuffet@gmail.com

 

 

 

Sobre as relações entre filosofia e gastronomia

Por Rômulo Macêdo

10/01/2019


Há muita controvérsia no tocante às questões da gastronomia contemporânea, razão pela qual se faz necessário pensarmos em uma filosofia da gastronomia.

Nos dias de minha pós-graduação em história na UESC, em meio a uma conversa descontraída com meu professor e amigo André Rosa, em uma de suas aulas, mencionei a expressão “filosofia da gastronomia”, e desde então não deixei de utilizá-la.

É fundamental nos servirmos da filosofia da gastronomia como disciplina, pois a reflexão filosófica pode melhor aperfeiçoar nossa criticidade gastronômica.

É consenso universal entre os profissionais de cozinha que antes de ser um bom cozinheiro ou chef é preciso ser um comensal crítico. Vale ressaltar que a palavra “crítica” na filosofia significa avaliação e não necessariamente reprovação ou censura. Portanto, é fundamental ser um comensal que saiba avaliar bem e discernir aquilo que degusta, antes de ser um cozinheiro ou chef.

A filosofia nos ensina que devemos buscar o universal, como reconhecia o filósofo alemão Hegel, aquilo que se aplica em todos os lugares e épocas, contra a idéia do senso comum do relativismo, de que “tudo é relativo”, ou que “cada um tem a sua verdade”. Ora, se a gastronomia etimologicamente propõe a ideia de leis nos processos do paladar (ou mais amplamente de todos os processos da arte de cozinhar, desde a manipulação e cocção à degustação e harmonização), é certo que no âmbito profissional não podemos estar perdidos, sem rumo, entre os disparates dos pareceres subjetivos de cada chef ou dos chefs de referência.

Um candidato não pode utilizar os métodos que bem entender no que tange à manipulação de alimentos, cortes, cocção e combinações diante de uma banca especializada de chefs, pois os critérios técnicos serão os das convenções universais da gastronomia. Existe uma nomenclatura técnica e determinados requisitos técnicos a cumprir no contexto atual da gastronomia profissional.

É preciso buscarmos leis genéricas, não desconsiderando que no universo complexo da gastronomia (e da enologia) sempre haverá margem também para a subjetividade, afinal, sempre haverá um degustador que antes de tudo é um sujeito cognoscente.

É preciso ter entendimento e discernir entre aquilo que é consenso universal, por exemplo, como certos pontos de cocção adequados para determinados ingredientes, como o camarão, e o que está susceptível à subjetividade, como por exemplo, a preferência de cada chef pelo resultado de determinada erva em uma receita.

É necessário, portanto, pensarmos e fazermos gastronomia nos servindo da filosofia, e buscando compreender criticamente questões como a da universalidade das leis gastronômicas e dos critérios técnicos, a fim de que possamos ter mais clareza e lucidez em nossa análise gastronômica.


Rômulo Nunes Macêdo

Professor de filosofia e artes, músico e chef de cozinha no Júbilos Buffet em Itabuna, com formação gastronômica na Universidade Livre do Mar e da Mata e no SENAC

Whats- 73-91531383

E-mail: jubilosbuffet@gmail.com

 

 

Questões práticas podem inviabilizar mudança de embaixada em Israel, diz ministro Santos Cruz

 

Apesar das promessas do presidente Jair Bolsonaro a grupos evangélicos e ao governo israelense de transferir a embaixada brasileira no país de Tel Aviv para Jerusalém, a medida sofre importante resistência dentro do Palácio do Planalto.

À BBC News Brasil, o ministro da Secretaria de Governo, general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, disse que possíveis consequências práticas dessa decisão podem inviabilizar a transferência.

Lideranças evangélicas querem que a mudança da embaixada seja concretizada até abril, mês em que se celebra a criação do Estado de Israel em 1948. Questionado se considerava isso possível, Santos Cruz disse que seria inviável.

"Olha, eu não vou falar nem pelo Bolsonaro, nem pelo Ernesto (Araújo, ministro das Relações Exteriores), mas eu acho que eles (evangélicos) vão ficar na esperança. Porque uma coisa é você dizer que tem intenção, outra coisa é você concretizar. Para sair de uma ideia para a vida real, você tem uma série de outras considerações de ordem prática. Então, eu acho completamente inviável essa conexão", afirmou o general, um dos ministros mais próximos de Bolsonaro.

Analistas internacionais acreditam que a transferência da embaixada pode levar a retaliações comerciais de países arábes contra o Brasil e criará risco de ataques extremistas às embaixadas brasileiras no exterior.

"São coisas que seriam levantadas, consideradas, na avaliação da concretização da ideia (de mudar a embaixada). Tudo tudo isso pode até inviabilizar (a transferência). Então, eu acho que o pessoal tem que ter um pouco mais de calma. Entre a ideia e a realidade, você tem uma distância bastante longa", respondeu também Santos Cruz ao ser questionado sobre esses riscos.

 

Bolsonaro, porém, já indicou ter tomado a decisão de transferir a embaixada. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que visitou o Brasil no fim de dezembro e prestigiou a posse presidencial na terça-feira, disse que o novo mandatário brasileiro confirmou a mudança da representação diplomática brasileira para Jerusalém.

Em entrevista ao canal SBT na noite de quinta-feira, Bolsonaro minimizou o risco de retaliações dos países árabes, que são grandes importadores de carne brasileira, e confirmou que fará a mudança da embaixada.

"Como disse o primeiro-ministro israelense (Benjamin Netanyahu), a decisão está tomada, está faltando apenas definir quando é que ela será implementada", afirmou.

"Grande parte do mundo árabe está alinhado ou se alinhando aos Estados Unidos. Essa questão da Palestina já está saturando o pessoal do mundo árabe em grande parte", disse também.

À BBC News Brasil, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), uma das principais lideranças evangélica no Congresso, disse que a transferência da embaixada é agenda prioritária para evangélicos. Se a mudança não se concretizar até abril, ele promete pressão política e mobilização popular.

"Para nós evangélicos, a nossa motivação é (mais) um princípio de fé, do que de questões políticas. Para nós, que acreditamos de verdade na Bíblia, quem abençoar Israel será abençoado nas mesmas bençãos", explicou.

 

Neutralidade histórica brasileira

 

Historicamente, o Brasil mantém uma posição neutra em relação ao conflito entre Israel e a Palestina. Mas já durante a campanha e a transição, Bolsonaro defendia um maior alinhamento a Israel, inclusive propondo mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

A mudança da embaixada para Jerusalém também era uma bandeira de Donald Trump quando ele concorria à Presidência dos EUA - e que acabou concretizada após sua posse.

Os EUA se tornaram o primeiro país a transferir a embaixada para Jerusalém. A maioria das nações mantém suas missões em Tel Aviv até que negociações de paz encerrem as disputas entre israelenses e palestinos por Jerusalém.

O governo israelense reivindica a cidade como sua capital indivisível, mas os palestinos pleiteiam Jerusalém Oriental como capital de seu futuro Estado.

Países árabes demonstraram descontentamento diante da possibilidade de Bolsonaro seguir os passos de Trump, e o Egito chegou a cancelar um evento diplomático com o Brasil. O país é líder na exportação de carne halal no mundo, comprada e consumida por países muçulmanos.

 

Fonte: http://www.msn.com/pt-br/noticias/politica/quest%c3%b5es-pr%c3%a1ticas-podem-inviabilizar-mudan%c3%a7a-de-embaixada-em-israel-diz-ministro-santos-cruz/ar-BBROyks?ocid=iehp

 

Retorno das atividades do Mestre Valdeci no Grupo Raça de Capoeira em 2019

Por Rômulo Macêdo

 

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O Grupo Raça de Capoeira, fundado pelo Mestre Medicina, é um dos mais tradicionais da Bahia. Em Itabuna, o grupo é liderado pelo Mestre Valdeci, mais conhecido como “Mestre Magrelo”, que ministrou sua primeira aula do ano hoje, 07/01/2019, retomando assim as suas atividades no Teatro Zélia Lessa, Centro de Itabuna. As matrículas estão abertas e as aulas acontecem segundas, quartas e sextas, às 19:00h, com entrada franca.

A aula contou com a presença do Mestre Carlinhos, que retornou a Itabuna em férias, do Mestre Arrepiado e Contra-Mestre Romário, que estão sempre presentes com seus alunos nas aulas do Mestre Magrelo, além de formados e graduados.

Itabuna, é conhecida em toda a Bahia e no mundo inteiro como, historicamente, uma cidade de capoeira forte e tradicional.

A oferta de aulas gratuitas de capoeira no Teatro Zélia Lessa, com um mestre renomado como o Mestre Magrelo deve realmente ser aproveitada pelo interessados na capoeira, pois além da prática do exercício físico, da luta como defesa pessoal e de uma vida mais saudável, a capoeira se constitui em uma arte que acima de tudo nos remete à nossa ancestralidade, aos tempos da escravidão no Brasil, nos quais os negros desenvolveram uma luta de resistência à opressão e à exploração, além da música e dança que compõem a arte da capoeiragem.

É muito importante frisar que a aula do Mestre Magrelo no dia de hoje e sua plena atividade em Itabuna tem uma significação histórica extremamente relevante para a história da capoeira na Bahia, pois o Mestre Valdeci “Magrelo” provém da raiz do Mestre Medicina, ambos mestres de muitos mestres, como o Mestre Carlinhos, que atualmente reside no Espírito Santo, mas esteve presente no dia de hoje, e o Mestre Arrepiado, que desenvolve juntamente com o Contra-Mestre Romário um importante trabalho de capoeira na cidade.

Já entramos em contato com a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia sobre o processo de tombamento de espaços tradicionais da capoeira em Itabuna, pois até hoje nada foi realizado pelo poder público nesse sentido. O Espaço Cultural é um deles, visto que o antigo Clube dos Bandeirantes, no qual aconteciam as aulas do Grupo Luiz Medicina (antigo nome do Grupo Raça) já foi demolido, o que demonstra negligência e ignorância contínuos nas administrações do município.

Que a capoeira, pois, volte a florescer em Itabuna, tal como, por exemplo, nos tempos da década de 90, na qual ela alcançou um excelente nível técnico, além de considerável número de praticantes e adeptos!

Iê, viva meu Deus! Iê, viva meu Mestre! Iê, que me ensinou! Iê a capoeira, camarada!

 

Lutadora do UFC reage a assalto e 'nocauteia' bandido no Rio de Janeiro

 

Por volta das 20h do último sábado (05), um ladrão tentou roubar o celular da lutadora peso-palha do UFC Polyana Viana no Rio de Janeiro.

Polyana contou ao portal MMA Junkie que estava esperando um Uber em frente ao seu prédio em Jacarepaguá, Zona Oeste carioca, quando um homem a abordou, perguntando a hora. Ela respondeu e ele não foi embora.

“Então eu coloquei meu celular na cintura e ele disse: ‘me passa o telefone, não tente reagir, porque estou armado’. Então, ele colocou a mão sobre uma arma, mas percebi que era muito leve”, contou a lutadora ao portal. “Ele estava muito perto de mim. Então eu pensei que se era uma arma, ele não teria tempo de puxá-la. Me levantei e dei dois socos e um chute. Ele caiu e eu o peguei em um mata-leão”.

Após a sequência de golpes, Polyana diz que sentou com o ladrão e disse para que eles esperassem a polícia. Mais tarde, ela soube que realmente não era uma arma e sim, um revólver feito de papelão.

A peso-palha manteve o ladrão imobilizado em uma kimura (uma chave de braço) enquanto pediu para as pessoas que estavam passando chamarem a polícia. Segundo Polyana, o bandido foi levado para uma unidade de emergência para ser atendido por conta de seus ferimentos e depois, encaminhado para a delegacia. Ele já tinha passagem pela polícia.

Polyana afirmou ao portal MMA Junkie que estava calma durante toda a ação. “Eu estava bem porque ele não teve nenhuma reação depois. Ele levou os socos muito rápido, acho que ficou com medo e não reagiu mais. Ele disse para eu deixá-lo ir e eu disse que não deixaria até ligar para a polícia. E ele disse: ‘chame a polícia, então’ porque ele estava com medo que eu o batesse mais."

Dana White, presidente do UFC, publicou em suas redes sociais uma foto onde mostra a situação do bandido. “Na esquerda, Polyana Viana, uma de nossas lutadoras no UFC e a direita, o cara que tentou roubá-la. #MáIdeia”

Não é a primeira vez que isso acontece com a lutadora. Antes de morar no Rio de Janeiro, ela morava em Belém e disse que, ao chegar em casa, foi abordada por dois homens em uma moto. Um deles desceu, quebrou seu guarda-chuva e tentou pegar seu celular, mas ela o deu um soco na cara.

“Daquela vez eu estava com medo, talvez porque eles eram em dois. Mas acho que ele estava mais assustado do que eu, porque pulou na moto e foi embora”, disse.

A última luta de Polyana foi no UFC 227, em agosto, contra JJ Aldrich, onde a americana venceu por decisão dos árbitros. Ela ainda não tem nenhuma luta marcada.

 

Fonte: http://www.msn.com/pt-br/esportes/lutas/lutadora-do-ufc-reage-a-assalto-e-nocauteia-bandido-no-rio-de-janeiro/ar-BBRUGmy?li=AAggXC1&ocid=iehp

 

 Sobre o ouvir relatos e crer em fatos

 

Por Rômulo Macêdo

(escrito em 2016 e editado em 07/01/2019)

 

Vamos discorrer sobre um assunto muito importante para o meio jornalístico e também para as relações humanas em geral.

É decepcionante quando você se depara com pessoas que, no mínimo, deveriam levar em consideração o histórico de alguém em relação à idoneidade, honestidade, etc., mas, simplesmente, ouvem uma versão de alguém e tomam como verdade sem ao menos averiguar...Sad but true...Mentiras se inventam com interesses diversos, e relatos falsos, também movidos por interesses sórdidos de gente de índole corrompida, se convencionam, muitas vezes, em mais de uma boca...E bodes expiatórios também sempre terão que existir, afinal, uma pessoa que tende à mentira e à trapaça jamais vai dar a real...
Por outro lado, não vale a pena ficar surpreso, pois essa é a trama dos seres humanos, essa é a natureza humana, como disse Maquiavel no Príncipe, prontos a criticar (e ainda acrescentaria prontos a aceitar uma calúnia sobre alguém sem sequer averiguar), tardios a elogiar.
Desse modo, também, não deixamos de ficar de olho aberto depois de perceber quem são certas pessoas ao nosso redor, mas por outro lado até relevamos, pois isso é típico de pessoas imaturas e inexperientes, independente da idade, gente que vive, vive, mas nunca aprende.
Mas como disse o Mestre, não há nada oculto q não venha à tona. Cada árvore produzirá seu fruto característico, pois ninguém vai esperar colher uvas de espinheiros. Do mesmo modo, quem joga sujo, jogará sempre, e quem não é das “tretas” erradas, também ficará evidente. É só uma questão de tempo. A verdade sempre vem à tona. Esses que acham que isso é esperteza vai prosseguir enganando e sendo enganada, porque existe a lei do retorno no universo. Quem busca a honra, as ações dignas, sempre se envolve numa teia de coisas boas, e quem vive em certas ações reprováveis, achando que está se dando bem, atrai para si também sempre um emaranhado de coisas ruins, sempre uma ação ruim induzindo a outra.
Por fim, devemos andar de modo que se alguém vem e nos conta algo sobre outrem, até ouviremos atentamente, mas aquela informação só será aceita se demonstrada de maneira indubitável. De outro modo, se o critério é: "mas foi fulano quem disse...", ok, dizer qualquer um pode dizer qualquer coisa, mas demonstrar são outros quinhentos. A filosofia, diferente do que muita gente no senso comum pensa, que é “coisa de doido”, etc., a filosofia, se fosse buscada e cultivada por muitos que julgam ser “sabichões”, poderia mudar a compreensão de realidade e as atitudes deles, gente que se acha madura, mas bem que poderia ser mais cautelosa, seja em acreditar ou repetir uma versão. E se não houver certeza? Invoque-se o ceticismo grego, que falava na epoqué ou suspensão de juízo. Se não há certeza, que se deixe em suspenso a afirmação.
E enquanto podemos nos deparar com episódios desse tipo, e algumas situações ruins, por outro lado, para compensar, novas pessoas e boas vibes aparecem para quem busca a virtude e o bem, e assim vai ser sempre, pois Deus é justo e nunca vai invalidar as leis que regem o âmbito espiritual, as quais Ele mesmo estabeleceu.



 


Mulheres têm orgasmos mais intensos quando parceiro é engraçado e rico, diz estudo

Pesquisadores da Universidade de Albany entrevistaram estudantes


RIO - Um homem que te faz rir pode te deixar muito feliz — e não só pelas boas piadas. Pelo menos esta é a conclusão de um estudo realizado pela Universidade de Albany, nos Estados Unidos. Após interrogar estudantes universitárias sobre a sua vida sexual e as características de seus parceiros, os pesquisadores concluíram que quanto melhor o senso de humor do parceiro, mais chances elas têm de experimentar orgasmos intensos. Da mesma forma, o prazer também aumentaria de acordo com a autoestima e a renda familiar do homem.

 

Conduzida pelo psicólogo George Gallup, a pesquisa levantou detalhes como medidas, personalidade e aparência dos parceiros das entrevistadas. A intensidade dos orgasmos também se relacionava com a frequência com que o casal tinha sexo durante a semana e em quão atraída por seu parceiro a mulher se sentia.

Além disso, mulheres que começaram a vida sexual mais cedo revelaram ter tido mais parceiros e experimentado mais orgasmos. Elas também disseram estar mais satisfeita sexualmente com seus companheiros do que as demais.

“Nós identificamos uma série de traços — motivação, inteligência, foco e determinação — que previam quão frequentemente uma mulher iniciava relações sexuais. Além disso, o senso de humor do parceiro não apenas previa sua autoestima e renda familiar, mas também a propensão da mulher de iniciar o sexo, e quão frequentemente o casal fazia sexo e a frequência do orgasmo em relação a outros parceiros”, escreveram os pesquisadores.

Leia mais sobre esse assunto em http://ela.oglobo.globo.com/vida/comportamento/mulheres-tem-orgasmos-mais-intensos-quando-parceiro-engracado-rico-diz-estudo-14541529#ixzz3ItUW1FVD 
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Após duas décadas, Pink Floyd lançará novo álbum em novembro

O álbum 'The Endless River' será lançado em 10 de novembro


O Pink Floyd anunciou nesta segunda-feira (22) que The Endless River seu primeiro álbum de inéditas em duas décadas. O disco será lançado em 10 de novembro, com material gravado antes da morte de Rick Wright.

Para apresentar esse novo trabalho, que chegará ao público em diferentes formatos e terá 18 músicas principalmente instrumentais, a icônica banda britânica revelou hoje em vários lugares de Londres, Nova York, Los Angeles, Paris, Berlim e Milão algumas ilustrações da capa. Para criar este novo trabalho, os músicos fizeram uma seleção de canções inéditas que começaram a gravar na década de 90 e que agruparam em um CD que tem na capa a imagem de um jovem de costa com a camisa aberta, remando de pé em um pequeno barco em um mar de nuvens. A figura é baseada no sonho de Ahmed Emad Eldin, um artista egípicio de 18 anos.

The Endless River tem músicas modificadas que foram originalmente escritas e gravadas pelo guitarrista e cantor David Gilmour, o tecladista Rick Wright e o bateirista Nick Mason durante as sessões de gravação de 1994 para o trabalhoThe Division Bell. Wright, que fundou o Pink Floyd com Syd Barrett, Nick Mason e Roger Waters, morreu de câncer em 2008.

"Escutamos mais de 20 horas dos três (Gilmour, Wright e Mason) tocando juntos e selecionamos a música com a qual queríamos trabalhar para o novo álbum. Durante o último ano, acrescentamos partes novas, regravamos outras e, em geral, empregamos a tecnologia de estúdio para criar um álbum do Pink Floyd do século XXI", explicou Gilmour ao site do jornal The Guardian.

Por sua vez, o baterista Nick Mason afirmou que The Endless River é um "tributo" a Richard Wright.

"Acho que este álbum é uma boa maneira de reconhecer muito do que ele faz e como sua maneira de tocar estava no coração do som de Pink Floyd", declarou.

Em julho, em sua conta no Twitter, a jornalista e cantora Polly Samson, companheira de David Gilmour, antecipou que o novo álbum "está baseado nas sessões de 1994. É a última obra de Rick Wright e é muito bela".

Ao longo da carreira, o Pink Floyd vendeu mais de 200 milhões de álbuns no mundo todo.

Fonte: http://musica.terra.com.br/apos-duas-decadas-pink-floyd-lancara-novo-album-em-novembro,147dd4bd16e98410VgnCLD200000b2bf46d0RCRD.html

Iron Maiden e Megadeth juntos na America do Sul em 2015?

 Ao menos é o que Dave Mustaine deu a entender em entrevista para o site da revista  Classic Rock

O líder do Megadeth além de confirmar que a banda está se preparando pra gravar um novo álbum também se prepara para entrar em turnê com uma grande banda de metal da Inglaterra em 2015!


"Estamos começando o processo de composição agora e vamos estar em turnê nos Estados Unidos e América do Sul no mês de agosto com uma grande banda do metal inglês."


Apostem suas fichas senhoras e senhores!

Fonte: Iron Maiden Brasil



Kimura recebe treino especial com Sensei Manoel Roberto da antiga Academia Samurai


Por Rômulo Macêdo

06/11/2014


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Na última segunda-feira, 03/11/2014, o Sensei Manoel Roberto, fundador da Academia Samurai em Itabuna, coordenou o treino na Academia Kimura, na referida cidade.

A ocasião foi muito especial, pois tratou-se de uma oportunidade para que antigos alunos pudessem rever o mestre.

O Sensei Manoel Roberto veio a Itabuna para o aniversário de 40 anos da Academia Sogabe, segundo ele nos informou, academia da qual foi aluno, antes de fundar a Samurai.

No treino dessa segunda-feira, que normalmente é coordenado pelo Sensei Fabiano Andrade, o Sensei Manoel Roberto iniciou trabalhando técnicas de pegada. Na antiga academia Samurai, por exemplo, tínhamos uma corda de navio, na qual podíamos aperfeiçoar nossa pegada para o judô.

Sensei Roberto também falou sobre a importância dos ukemis ou formas de cair no judô. Ele disse que os ukemis foram fundamentais no processo de transição do jiu-jitsu japonês para a luta em pé do judô. Sensei Roberto ressaltou sobre a necessidade da suavidade nos ukemis.

Sensei Roberto trabalhou exercícios fortalecimento do pescoço, colocando-se a cabeça no tatame e tentando equilibrar o corpo como em “bananeira”. Depois o mesmo exercício caindo em ponte. Ele ressaltou que esse exercício influencia até mesmo no rejuvenescimento por tonificar a musculatura do pescoço e face.

Sensei Roberto também passou às técnicas da luta de solo. Segundo ele, inicialmente não havia distinção entre judô e jiu-jitsu, até o Mestre Jigoro Kano criar o judô com finalidades educacionais.

Sensei Roberto explicou sobre a saída do hon-keza-gatami, que não adianta querer forçar para o lado contrário. A técnica proposta é a de fazer uma pegada no kimono nas costas do adversário, segurar com a outra mão na faixa, fazer uma ponte, encaixar a coxa por baixo e virar o oponente para o outro lado.

Outra técnica de solo passada por ele foi a do encaixe do juji-gatame. Sensei Roberto ressaltou que para quebrar a resistência do oponente quando ele trava o braço, não se deve puxar reto e sim puxar diagonalmente para encaixar a chave.

Outro tópico importante foi a questão do tai sabaqui no judô, que trata da maleabilidade ou da capacidade de esquivar-se de certas forças que se nos opõem, aplicando a técnica para vencê-las. Sensei Roberto discorreu sobre a importância filosófica do tai sabaqui e sua aplicação além do tatame e da luta no contexto educacional.

O Mestre deu ampla ênfase na questão da perspectiva educacional no judô, o que também é tema de seu trabalho de conclusão de curso em educação física.

No final, Sensei Roberto falou sobre a importância de temas transversais no judô. É necessário estabelecer esse diálogo, segundo ele, entre o judô e a vida do aluno fora do tatame. O Mestre ressaltou que o judô na legislação brasileira é considerado como luta, mas que é necessário dar ênfase a seu caráter educacional. O Sensei não deve ser encarado mais à maneira da rigidez antiga oriental, que toda hora deveria ser cumprimentado e reverenciado, porém, visto como um facilitador, um amigo, alguém que torna nossa vida melhor. Desse modo é reverenciado naturalmente pelos alunos.

Os faixas-pretas locais como Sensei Joaquim, e Sensei Fabiano Andrade prestaram sua homenagem ao Sensei Manoel Roberto, reconhecendo-o como seu antigo mestre, e falando aos alunos e presentes sobre a importância da Academia Samurai na história do judô em Itabuna. Ambos falaram da importância do Sensei Roberto em suas carreiras como atletas e professores e que alí na Samurai aprenderam, de fato, a “selva” no treino, ou seja, uma base de treino que lhes preparou para a vida.

De fato, a Associação Samurai de Judô treinou e fez vários campeões e senseis do judô local. Seu legado é significativamente importante ou mesmo fundamental para o judô de Itabuna e região.

Ao Sensei Manoel Roberto, portanto, a gratidão e o reconhecimento pelo seu trabalho, que hoje produziu muitos frutos no judô local e muito sucesso em sua carreira como educador, trabalhando a perspectiva educacional do judô na educação física! Osu!

 



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Batizado e troca de cordéis do Grupo Raça em Itabuna: 40 anos de capoeira do Mestre Magrelo


Por Rômulo Macêdo

30/09/2014


 Aconteceu em Itabuna no último 20 de setembro, conforme a tradição, o batizado e troca de cordéis do Grupo Raça de capoeira, esse ano com a comemoração especial do aniversário de quarenta anos de capoeira do Mestre Magrelo. O evento contou com a participação de diversos mestres, contra-mestres, professores, formados e alunos de diversas regiões da Bahia e até mesmo de outros países. Vários alunos chilenos, do Prof. Binho do Raça, vieram receber graduação na Bahia, onde tudo começou.

O evento teve seu cronograma iniciado desde a terça-feira com aulas com diversos professores e mestres do Grupo Raça e outros grupos, da região e de outras localidades. 

A culminância do evento no dia 20 foi ocasião para uma apresentação de capoeira muito apreciada pelo público presente, seja roda ou na troca de cordéis, fazendo jus aos 40 anos de capoeira do Mestre Magrelo.

Imediatamente após o término do batizado, uma notícia com a qual não se contava: um contra-mestre do Grupo Raça em Muritiba falece na estrada de Cruz das Almas, o Contra-Mestre "Umbigo de Rolha", como era conhecido no meio capoeirístico. Nossos sentimentos pela perda do amigo...

No dia seguinte em Ilhéus, em continuação aos 40 anos de capoeira do Mestre Magrelo, ocorreu o evento organizado pelo Contra-Mestre Jorge, no qual o Mestre Carioca recebeu o cordel branco do Raça. Na ocasião, o Mestre Magrelo expressou sua reprovação ao procedimento de que outro grupo avalie ou gradue um membro do Raça, e entregou o cordel branco do Mestre Carioca. Foi mencionado o fato de que o Mestre Medicina declarou que se a comunidade reconhecia o Mestre Carioca como tal, não haveria razão para não lhe conceder o cordel.

Na sequência, o show tradicional realizado pelo Contra-Mestre Jorge anualmente no espaço do evento em Ilhéus.

Portanto, vida longa ao Mestre Magrelo e à capoeira! Que essa data se repita por muitos e muitos anos! Axé!

 


Batizado e troca de cordéis do Grupo Cem por Cento Capoeira em Porto Seguro

Por Rômulo Macêdo

02/09/2014


Aconteceu nesse final de semana em Porto Seguro o batizado e troca de cordéis do Grupo Cem por Cento Capoeira.

Na ocasião estavam presentes mestres de várias cidades, como o Mestre Luiz Medicina de Muritiba, Mestre Valdeci “Magrelo” de Itabuna, além de outros mestres de diversos grupos, assim como contra-mestres, professores, formados e alunos.

Na programação do evento, uma roda na Passarela do Descobrimento na sexta-feira, um aulão com o Mestre Medicina no sábado pela manhã, o torneio no período da tarde no Centro Cultural de Porto Seguro, seguido do batizado e troca de cordéis no mesmo local.

Na aula, o Mestre Medicina trabalhou diversas técnicas, como a rasteira, esquiva carioca e lateral, meia-lua de compasso, entre muitas outras. O Mestre comentou, com muita propriedade, sobre o fato de que a capoeira é uma arte livre e ninguém pode se achar dono da capoeira ou ter a pretensão de dar uma cartilha, da qual ela não possa fugir. Ele ressaltou que existem coisas que “são mais da capoeira”, todavia, disse que é preciso considerar isso sem uma mentalidade fechada ou dogmática.

É interessante observar a postura e posição ou opinião de um mestre como o Mestre Medicina, que poderia pelo seu tempo de capoeira adotar uma postura partidária, entretanto, julgamos notável e louvável esse parecer numa nova era das lutas e artes marciais, a era do mix, da mescla, da mistura das artes, na qual a própria capoeira tem conquistado destaque, como no exemplo de César Mutante, que exibiu uma camisa da capoeira em uma de suas vitórias no Tuf Brasil.

No torneio, muitos atletas de várias regiões da Bahia se destacaram, como Almiro “Zebú”, professor do Grupo Raça em Salvador, que foi o campeão, sendo seguido por Iguana, atleta local do Grupo Cem por Cento Capoeira, no segundo lugar, e o formado “Pedra” de Muritiba, que ficou com o terceiro lugar.

Na sequência, os alunos obtiveram graduações, desde o cordel verde ao de formado.

Um público expressivo compareceu ao centro cultural de Porto Seguro para assistir o evento.

 

Parabéns ao Contra-Mestre Alan Ferradura pela organização do evento e pelos atletas locais e de várias regiões da Bahia pelo desempenho! Axé!  

 


Itabuna é música! Bahia que tem dendê...

 

Por Rômulo Macêdo

 

05/05/2014

 


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Itabuna é uma cidade na qual observamos atualmente ampla efervescência musical, visto que tem sido palco de diversos shows e eventos musicais.

 

No mês passado, às vésperas de um feriado local houve quatro shows simultaneamente, conforme descrito em texto anterior. Na semana passada, numa mesma sexta-feira (25/4/2014), houve seis shows simultaneamente, a saber, Amanda Chaves, a cantora itabunense que participou do The Voice Brasil, fez apresentação no Espaço Aberto; Will Canalonga no Black Jack (rock), Som das Ondas (reggae) e The Keys (rock) - bandas com as quais trabalho - no Bar da Tia, Rilson Dantas (rock) no Boliche, Kércia Vicente (forró) na AABB, e Estakazero na Gávea, além de outras apresentações musicais simultâneas em outros locais da cidade que oferecem música ao vivo, como Sabor do Mar, Boteco Gaúcho, Lula's Bar, Farol Gastrobar, Experimenta Bar, O Brasão, entre muitos outros locais da cidade. Tal efervescência é considerável para uma cidade de 220 mil habitantes...

 

Na quarta-feira que precedeu o feriado, o Bar da Tia recebeu um grande público para o show do Pastilhas Coloridas, e na quinta-feira, dia 1 de maio, dia do trabalhador, na Usemi, foi realizado o show do consagrado guitarrista de guitarra baiana Armandinho. O evento foi organizado pela CTB e contou com as participações das bandas Pastilhas Coloridas e Lordão.

 

O show foi aberto pelo Pastilhas, que é uma banda local que vem fazendo um trabalho bem interessante, além de contar com o carisma do público. A apreciação foi positiva da parte dos que curtiram o show.

 

Em seguida veio o Lordão, uma banda regional consagrada, que, inclusive, foi citada como referência de banda de baile por Ivete Sangalo em programa de visibilidade nacional na Globo. A apresentação do Lordão precedeu a de Armandinho. Gostaria, muito, porém, de ver o Lordão, em seu repertório, retomar os clássicos que tocava na década de 90, que, juntamente com 80, foi uma das melhores na música baiana e brasileira.

 

O show de Armandinho foi inesquecível. É raro ver um show no qual em meio a um conjunto no qual existe um vocalista e música vocal, um instrumentista ser a estrela central. Tamanho é o talento extraordinário de Armandinho, sem dúvida, um gênio da guitarra baiana. Na banda, além dele, outro guitarrista tocando guitarra baiana e ainda outro com guitarra tradicional, ou seja três guitarras, além de percussão, bateria, teclados, etc.

 

A guitarra de Armandinho em nada fica abaixo do nível dos maiores expoentes da guitarra internacional, e o que é mais interessante em seu trabalho é seu estilo e pegada originais. Eis aí um exemplo de que é possível a conciliação entre determinados elementos do rock com a música baiana. Música baiana, todavia, de raiz, e de qualidade composicional inquestionável. No show pudemos ter uma mostra de “heavy metal baiano”, rsrs... Se Raul conciliou Elvis e Luiz Gonzaga em sua música, porque não? Rsrs

 

O nível técnico guitarrístico de Armandinho é impressionante, e se a crítica e imprensa internacionais não o reconhecem com a constância que lhe seria justa, indubitavelmente, há outras motivações que não a análise imparcial de seu trabalho instrumental...

 

O repertório trouxe o melhor das composições tradicionais da Bahia no período áureo dos antigos carnavais, além de interpretações como a do guitarrista Santana, o que levou o público ao delírio. Essa é uma prova inconteste de que é possível selecionar artistas e atrações que agradam o público com música de qualidade, sem necessariamente incorrer nas composições de baixaria presentes muitas vezes no cenário atual da música baiana. A escolha da organização do evento foi muito feliz...

 

Na sequência, no outro dia, na sexta-feira, novamente na Usemi, foi realizado um evento de Forró tradicional, o Forró do Papa Jaca, com a participação do trio de Dió de Araújo, músico que acompanhou com a zabumba o Mestre Dominguinhos, alémd a participação de Luizinho Luz.

 

No sábado, novamente The Keys no Black Jack, fazendo um set de rock que incluiu música autoral nacional e internacional.

 

Tudo isso (além de outros eventos musicais não mencionados aqui) aconteceu no intervalo de apenas uma semana na cidade de Itabuna, razão pela qual o município merece atenção especial não apenas da gestão pública da cultura local, mas da secretaria de cultura do estado e também do próprio ministério da cultura.

 

Portanto, que a inspiração flua em todos os músicos e bandas locais e que a cena musical de Itabuna prossiga nesse ritmo! Jah bless!

 


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Exodus e Pesach: the movement of Jah people

 

Por Rômulo Macêdo

 

18/04/2014

 


 

Este é o disco...Um grande clássico, um dos maiores de toda a obra de Bob Marley e da história do reggae...Clássicos como Natural Mystic, Exodus, Jamming, Waiting in Vain, One Love, todos reunidos em um só disco, fazem desse álbum especial e digno de toda estima por qualquer amante do reggae music...Nós adeptos da música reggae também temos nossas tradições e entre elas o reconhecimento do legado da cultura hebraica dentro do movimento rastafári. Segundo o próprio título deixa claro, Exodus foi composto, inspirado no segundo livro da Torá (Bíblia), o livro do Êxodo, o relato do movimento do povo de Jah. Nesse livro também aparece o tetragrama do hebraico arcaico, origem do nome Jah ou Yah, o EU SOU, a única divindade que cultuamos e reverenciamos no reggae. Coexistimos e convivemos harmonicamente com nossos irmãos do movimento e cultura negra, mas uma das peculiaridades essenciais que distingue a cultura reggae é essa. Trata-se de um fundamento, de algo essencial, e não se pode colocar outro fundamento sobre o que está posto.

 

Divergimos no tocante ao Leão, símbolo do Messias, visto que Bob defendeu por muito tempo que o imperador da Etiópia, Haile Selassie, seria Jah em carne, apesar de que o próprio imperador não cresse nisso, e posteriormente, segundo a biografia oficial "Catch a Fire", Bob tenha abandonado essa concepção por ter se decepcionado com o que vira na África e Etiópia, o que Cedella e Ziggy Marley confirmam...Ainda assim algumas bandas mantém essa concepção. Não seguimos esse caminho porque se o próprio Bob Marley, maior propagador dessa doutrina, a abandonou, que sentido haveria em sustentá-la? Muitas outras bandas defendem que Jesus Cristo seja o Leão Conquistador da Tribo de Judá, o Rei dos Reis, Senhor dos Senhores...

 

O reggae tradicional do Recôncavo Baiano (primeiro reggae da Bahia e do Brasil) é caracterizado pela concepção de que Jesus Cristo seja o Leão. É o que observamos na obra do Remanescentes, primeira banda de reggae do Brasil, em Edson Gomes, Isaque e Jeremias Gomes, Tim Tim Gomes, Nengo Vieira, Sine Calmon, ou mesmo nas letras da mais tradicional banda de reggae do Maranhão, o Tribo de Jah. Aqui no Sul da Bahia, nós do Som das Ondas mantemos essa tradição do reggae baiano. Ou seja, pode haver divergência interna sobre a concepção do Leão, mas não acerca da divindade Jah.

 

Por essa razão o feriado da Páscoa tem significado especial para nós adeptos do reggae, visto que tem origem no movimento do povo de Jah descrito no Êxodo. Israel instituiu a Páscoa a fim de que as gerações futuras da nação, ao comer na Páscoa o cordeiro guarnecido por ervas amargas, lembrassem do amargor que seus ancestrais sofreram em meio à escravidão egípcia, e da redenção do cativeiro egípcio que Jah lhes concedeu. E aqueles que acreditam que Jesus Cristo, Yeshua, seja o Cordeiro de Yah, admitem a alegoria de que Ele, o Messias, seja o cordeiro pascal, sacrificado e crucificado para expiar as transgressões da humanidade e justificar os que nele, e somente nele, confiam, a fim de que tenham a vida eterna. Nisso cremos.

 

Nem sempre, porém, apesar de crer nisso, um adepto do reggae será também adepto de alguma das religiões ou seitas existentes. A palavra seita pode parecer um pouco pesada, mas nada mais significa que um partido religioso, tal como observamos no cenário político ou no seio dos grandes blocos religiosos. Por exemplo, dentro da religião cristã, existem os grandes partidos ou seitas, que ainda se subdividem em outras seitas. O partido católico se subdivide em suas seitas tradicionais, como franciscanos ou beneditinos; os protestantes ou evangélicos em suas denominações, etc.

 

E tal como na política, o ambiente partidário religioso é um meio muito propício para o entorpecimento da intolerância, fanatismo e facciosidade hermenêutica. Por isso, o Som das Ondas se posiciona concordando com Marx em relação à religião ser ópio para o povo. Defendemos uma distinção entre religião e espiritualidade. Apesar de concordarmos com muitos pontos de vista de Marx em política e sermos esquerda (apesar de que também não tenhamos um partido específico, mas uma concepção teórica bem definida de esquerda), somos espiritualistas e não materialistas. Cremos na existência de uma realidade transcendente, metafísica e na existência da divindade, sem, todavia, aderirmos a uma religião específica. Basta-nos a liberdade do universo da arte, no qual podemos ter uma concepção da espiritualidade dentro de um estilo musical, e ao mesmo tempo, fazermos parte simultaneamente de outro “partido” ou estilo musical, como o rock, por exemplo, sem que nisso haja contradição ou uma perspectiva de exclusão. Pelo contrário, consideramos a ideia de complementaridade como positiva e benéfica, como também admitiu Bob Marley ao cantar “roots, rock, reggae” ou “punky reggae party”. Alguém pode alegar que de certo modo estamos propondo um partido com o movimento do reggae, mas essa é a resposta que lhe oferecemos: será que os “partidos” na arte tem o mesmo espírito faccioso da política e religião? Ou seria concebível em religião e política fazer parte de mais de um partido ao mesmo tempo?

 

A filosofia nos demonstra que todo sistema incorre no reducionismo, visto pretender ajustar suas explicações a uma certa hermenêutica ou orientação teórica geral.

 

Somos espiritualistas, mas não espíritas, no sentido kardecista, porque apesar de crer na existência dos espíritos, sejam aqueles que estão a serviço de Jah, seja os que se resistem ao bem e à virtude, não dirigimos orações a nenhum deles, nem tampouco cultivamos a ideia de nenhum tipo de prática que medie o contato com esses entes espirituais. Não vemos necessidade nisso, pois compete a Jah comandar os espíritos conforme lhe aprouver. Nós nos dirigimos diretamente a Ele, o barão do universo, através da mediação de Jesus Cristo, de seu Filho. É como se entrássemos no gabinete do governador ou presidente e disséssemos: nós viemos aqui em nome do ministro tal. Certamente ele demonstrará disposição em ouvir-nos, ao invés de nos rejeitar como desconhecidos. E se é possível fazer isso para que recorrer a intermediários ou “aviõezinhos”, se é possível ir direto ao “barão” logo? Rsrs Também, segundo o mesmo princípio, não cremos em conformidade com o catolicismo, visto que adotam a mediação de Maria ou dos santos, apesar de que Jesus Cristo nos ensinou a orar diretamente ao Pai da criação. A ideia de não comer carne na Páscoa, por exemplo, defendida pelo catolicismo, não possui fundamento nenhum, uma vez que os próprios hebreus comiam o cordeiro na Páscoa...

 

Não admitimos o templismo herdado da estatização da religião por Constantino. No período medieval, a igreja católica deu ampla ênfase na pompa de grandes templos e a tradição protestante não se distanciou disso. Nos primeiros séculos, todavia, os adeptos de Jesus Cristo se reuniam em casas, de maneira simples e roots, razão pela qual defendemos que uma comunidade possa e deva se reunir para cultivar a espiritualidade, todavia, não necessariamente em templos e partidos como fazem os religiosos, e nem necessariamente em grande quantidade de pessoas como supõem. Jesus Cristo era underground ou clandestino, revolucionário, não aderindo a nenhum dos partidos do judaísmo formal de sua época, razão pela qual, inclusive, foi duramente perseguido e morto pelos religiosos e poderosos.

 

Não somos adeptos da “religião” evangélica porque a maioria além de nutrir preconceito pela cultura e estética rasta (no fundo um preconceito herdado dos missionários e norte-americanos racistas, que rejeitam a cultura negra e os negros de uma forma geral), taxam nossos músicos e adeptos de “maconheiros” ou mundanos, etc., e proíbem seus filhos de irem aos nossos shows com preconceito. Não só eles, mas boa parte da sociedade influenciada pelo sistema ao qual atacamos. Essa a reação do sistema, moldando o senso comum e programando-o contra nós. Aliás os evangélicos são contra toda e qualquer apresentação musical denominada “show”. Para eles isso é coisa do mundo. Não proíbem seus filhos de estudar Machado de Assis ou Jorge Amado, porque assim poderão entrar numa universidade, ter uma carreira e adquirir dinheiro e status; também não são contra o teatro, cinema não-gospel, pintura, ou mesmo poesia não-gospel. Citam até os poetas em seus púlpitos. Todavia, acrescentando a essa poesia alguns sons, que nada mais são que elementos da física, aí já se torna coisa do mundo e não pode...São em muitos casos adeptos da cultura burguesa e capitalista, como vemos nos programas televisivos, esse sim o espírito mundano ou da Babilônia, mas não percebem isso...

 

O caso dos evangélicos é todo especial, pois sequer admitem a ideia do artista. Para eles, é censurável até mesmo o ser artista, pois isso seria querer “aparecer” ou “tomar o lugar de Deus”, uma mentalidade, por certo, muito equivocada. Confundem o ofício do artista com o estrelismo. Estrela é todo artista que brilha e isso é diferente do estrelismo ou da metidez. A partir desse pensamento errôneo surge também entre eles todo tipo de censura e tabú em relação à liberdade artística, ao visual, à performance, à expressão corporal, enfim, uma tentativa de sufocar ou matar a liberdade artística. Por isso muitos dos artistas do mundo gospel (não todos, evidente...) são tão chatos e caretas, papagaios, repetitivos e piegas.

 

Também propõem uma abstinência radical de álcool, o que percebemos que nem as próprias Escrituras impõem, visto que Jesus Cristo e seus discípulos bebiam vinho. Nesse ponto os católicos são muito mais coerentes. A partir dessa posição, os evangélicos em sua radicalidade acusam-nos de tocar para o mundo ou “Babilônia”, quando tocamos em ambientes nos quais a bebida alcoólica está presente, ou seja, com frequência, a maioria de nossos ambientes de trabalho, seja em espaços e casas de shows, etc. Deveriam arrancar de suas bíblias a passagem na qual Jesus Cristo serviu vinho no casamento, o que alegam que era suco de uva...rsrs Defendemos a moderação em relação à bebida, mas nos distanciamos da posição extremista dos evangélicos. Eles exigem que seus músicos toquem apenas em ambientes evangélicos, templos, etc., e isso sem remuneração. Na prática não são justos, pois agem como se o profissional não merecesse a remuneração. Por outro lado não exigem de seus professores universitários, que dão altos dízimos, que deem aulas somente em suas igrejas, e ainda de graça, falando apenas de temas religiosos, nem tampouco lhes acusam de estar servindo a dois senhores por darem aulas nas universidades, mas impõem tudo isso aos seus músicos...

 

Muitas vezes a remuneração dos músicos é feita através da venda de CD's nos templos, o que não questionam, apesar de que Jesus Cristo tenha virado a mesa dos comerciantes da religião. Muitas vezes também, alguns de seus representantes musicais alegam que não farão um “show”, pois não são “artistas”, e sim um “culto”, todavia, cobram cachês, as vezes altos, e ingressos para esse “culto”, que tal?

 

Fazemos nossa crítica ao dogmatismo religioso, mas procuramos manter boas relações com todos, sejam católicos, evangélicos, kardecistas, candomblecistas, etc. Cantamos o amor, como Bob o fez em One Love, e não desejamos incorrer em contradição mergulhando nos cismas dos xiitas da religião. Se, porém os intolerantes não suportam nossa sinceridade (e muitas vezes os mais intolerantes e preconceituosos estão no próprio meio acadêmico com um pseudodiscurso de pluralidade cultural...), e acabam por se distanciar de nós, uma vez que não conseguem conviver com a diversidade, que podemos fazer?

 

Não somos bitolados a cantar somente salmos, como muitos na indústria religiosa, pois as Escrituras também possuem o livro de Cânticos de Salomão, que é uma referência, no qual o rei canta para sua mulher, inclusive, elogiando seu corpo, seus seios, seu umbigo, o que não vemos a cultura chata, careta e piegas de muitas religiões explorar, por causa de seus tabús e hipocrisia... Bob Marley canta os Salmos por exemplo em Africa Unite, mas também canta a mulher em Satisfy my Soul.

 

No reggae, fazemos nossa louvação à Divindade e ao Leão, mas cantamos o amor e a mulher sem incorrer na baixaria, denunciamos as injustiças da realidade social e política, cantamos a terra, ou seja, buscamos uma abordagem abrangente, cantando a realidade com liberdade e sem compromissos com interesses particulares ou privados, livre dos dogmas ou amarras dos partidos, sejam políticos ou religiosos.

 

E assim prossegue a dialética do movimento do povo de Jah na história, seja saindo do Egito de Faraó, com seus deuses feitos pelas mãos humanas, seja do contexto do sectarismo das seitas judaicas de onde se expandiu a mensagem do Leão para as nações, seja saindo da Babilônia religiosa atual rumo a Zion...

 

Acreditamos que se devemos ter uma "religião", que isso seja nossa reflexão sobre a mensagem de Jah, nossas preces diárias, nossos cânticos (que também são orações musicadas, rsrs) ou dança, que também fariam parte de nossa “liturgia” (rs), que onde nos juntamos, seja lá onde for, já se constitua numa ekklesia, pois Jah não habita nos templos feitos pelas mãos do homem, e sobretudo, nossa prática cotidiana e conduta pautadas numa coerência com a verdade que buscamos cantar e propagar. Por isso, como cantou Bob: 'we're chuckin' to Jah music”!

 




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Itabuna: cidade potencial na música e cultura

 

Por Rômulo Macêdo

 

20/3/2014

 


 

Trata-se de uma questão extremamente delicada a dos feriados religiosos versus Estado, pois o Brasil adota o modelo democrático, que implica a ideia do estado laico. A maioria dos legisladores é reticente em iniciar um debate sobre a questão, o que no fundo todos sabemos que será necessário que ocorra cedo ou tarde, visto que não deve haver feriado religioso específico algum, ou, se há feriado para o padroeiro, deve haver também para as religiões de matriz africana, assim como para evangélicos, muçulmanos, budistas, etc.

 

O fato é que, por causa do feriado religioso dessa quarta-feira (19/03/2014) em Itabuna, as atividades culturais foram intensas na cidade. Houve quatro shows simultaneamente, a maioria com bandas locais, o que demonstra que Itabuna possui uma cena cultural diversificada, a qual requer maior atenção das políticas públicas da cultura, seja por parte do município, seja do governo do estado da Bahia ou mesmo Federal.

 

No Black Jack se apresentou a banda XYZ, com Will Canalonga, Cristiano Reis e Fabiano Souza. A casa tem várias opções de vinhos e gastronomia, e tem oferecido shows semanalmente. Por dar ampla abertura ao rock, durante esse show foi possível ouvir sons como Led Zeppelin e Steve Vai no repertório da noite.

 

No Bar da Tia, rolou Pastilhas Coloridas, uma banda local que tem muito carisma e faz um som alternativo que tem atraído muitos fãs. Na formação membros de outras bandas, como Juliano Chucri e Jonnie Walker do Mendigos Blues. O Bar da Tia também tem movimentado a cena cultural oferecendo música ao vivo semanalmente em Itabuna.

 

No Boliche, tradicional casa de shows local, o rock n' roll rolou solto com as bandas Bad Maria e Cabrunco Incorporated, as quais fizeram um repertório variado, incluindo Raul Seixas, Eric Clapton, Metallica, Iron Maiden, Megadeth, etc. para o público presente, constituído de uma diversidade de tribos.

 

Na AABB de Itabuna, no São José Light, o som foi comandado por Sinho Ferrari, Babado Novo e Jau. Casa cheia, seja no camarote ou pista, Jau abriu o show (apesar de que deveria fechar...rsrs), sendo seguido pelo Babado Novo, banda que já teve Cláudia Leite em sua formação e hoje conta com Mari Antunes- de Itabuna- como cantora, e apresentou um repertório variado, incluindo axé, arrocha e pagode, agitando o público presente. Por fim, Sinho Ferrari e seu repertório predominantemente de arrocha se apresentaram até o amanhecer. Digno de nota o fato de que ele não usa letras de baixaria, como muitos outros cantores de arrocha, ou seja, é uma opção para quem gosta de arrocha sem incorrer nas músicas de baixaria, além de ter um time de dançarinas de destaque (rsrs)...

 

Vale lembrar que Jau, como representante da música baiana, além de apresentar um repertório com letras de nível, que não incorrem na baixaria, inclui em seu repertório grandes clássicos de Raul Seixas, Legião Urbana, Gilberto Gil, Edson Gomes e Bob Marley, o que demonstra a qualidade da versatilidade no sentido de dialogar com outros estilos, enriquecendo e diversificando desse modo a música baiana, diferente das degradantes composições de baixaria que tem surgido na Bahia.

 

Que desse modo, pois, o poder público desperte no sentido de oferecer maiores incentivos e promoção para a música e cultura regionais, visto que nessa noite de intensa atividade cultural todos os eventos foram organizados pela iniciativa privada, razão pela qual fazemos questão de mencionar as casas que tem movimentado a cultura, assim como a organização do São José Light, mas expressamos nosso anseio de que aconteçam também outros eventos culturais e show gratuitos na cidade promovidos pelo poder público.

 


 

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Brutalizando Nativy in Black: o Sul da Bahia é metal!

 

Crônica

Por Rômulo Macêdo


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Itabuna, na noite desse último sábado de janeiro de 2014, foi palco de um dos mais importantes eventos de metal da história da região. Subiram ao palco o Godslayer de Guanambi, Blackchest de Itabuna, e Malefactor e Headhunter D.C., duas bandas de SSA com ampla repercussão na Europa e em todo cenário internacional.

 

Entre o público muitos integrantes da cena antiga da região, da primeira geração do metal em Itabuna, os de gerações posteriores que mantiveram a tradição da velha e boa old school, além das caravanas que vieram de Ilhéus, Guanambi, Salvador, etc. Pudemos ver as expressões de quem se deslocou de outras cidades demonstrando a satisfação ante a energia do público presente.

 

Também entre a plateia estavam integrantes de várias bandas (ou de determinadas formações) que compõem a história do metal na região e na Bahia, como Scrupulous, Second Face, Black Storm e também até mesmo do Mystifier de SSA.

 

Diga-se de passagem que, apesar da estranheza e preconceito por parte de muitos não adeptos do metal, por conta da atitude, visual e sonoridade da cultura underground/ headbanger, apesar disso, não houve sequer uma briga ou transtorno, realidade muito diferente dos shows de pagode e arrocha.

 

Chegou a ocasião oportuna para respondermos a alguns colegas jornalistas que recentemente em Itabuna tentaram denegrir a imagem do rock/ metal com argumentos infundados e conseguiram direta ou indiretamente influenciar no embargo de eventos. Em um dos casos, inclusive, uma publicação em determinado blog foi decisiva para que um evento que seria realizado em um colégio da cidade fosse embargado, ao que o próprio público reagiu no Facebook, respondendo e refutando as acusações de que eventos de rock seriam “antros” de drogas, bebidas e violência.

 

Nós, porém, esperamos essa ocasião para comentar o fato, visto que não há nada melhor que refutar uma acusação falsa e infundada com fatos. Assim como no evento anterior do PDM realizado no mesmo local, Galpão Music Bar, não houve ocorrência de confusões ou brigas, muito mais no do Malefactor e Headhunter, uma vez que o público era constituído em sua predominância de headbangers maduros, amantes do verdadeiro heavy metal.

 

Deixamos a violência gratuita para os adeptos de outros estilos musicais, que possuem inúmeros registros de violência em seus eventos, apesar de que muita gente omita esses fatos, fazendo questão de enaltecer e comparecer nesses eventos.

 

Mais uma vez também, a presença da imprensa no evento foi mínima. Registramos isso não para condenar quem quer que seja, mas para chamar a atenção dos profissionais do segmento e convidá-los a conhecerem e divulgarem a cultura underground, a fim de que esses mitos sejam esclarecidos e a verdade prevaleça. Também mais uma vez chamamos a atenção para o fato de que a historiografia é subjetiva, pois a história do underground é muitas vezes negligenciada nas fontes jornalísticas, razão pela qual nos propomos a abordá-la.

 

As brigas nos shows de pagode e afins normalmente acontecem em grupos, e utilizam armas, demonstrando a covardia de quem se envolve nesse tipo de coisa. Um indivíduo demonstra virtude e coragem quando se dispõe a treinar uma arte marcial de contato, como boxe, muay thai ou o mma em geral, etc., quando opta por lutar contra outros lutadores, escolher como parceiros de treino e de luta os mais graduados, antigos e acima de seu peso. Todavia, quando provoca leigos, bate em mais fracos ou recorre a amigos e grupos para atacarem muitas vezes uma única pessoa, ou recorre ao uso de armas, tal indivíduo não passa de um covarde sem honra.

 

Para quem deseja lutar, temos várias opções de treino de MMA na região, e recepcionamos muito bem a todos os interessados. Que se cumprimente o adversário, lute-se coragem e determinação, sobretudo, contra aqueles de categorias superiores de peso, mas cumprimente-se novamente com honra no término da luta e se saiba muito bem separar as coisas. Aproveitamos o ensejo para fazer esse convite aos interessados, pois a prática da arte marcial nos ensina técnicas de luta em diversas modalidades, mas acima de tudo nos ensina controle emocional para subjugar nosso ego e evitar ao máximo e na medida do possível brigas desnecessárias.

 

Rodrigo Minotauro em determinada situação entrou em uma boate e um leigo arrogante o provocou jogando um drink nele, ao que ele reagiu, olhando a cena ridícula e se retirando sem reagir. Anderson Silva age do mesmo modo. Eles não precisam provar nada a ninguém, pois o que são - duas lendas vivas do MMA (lembre-se de Minotauro contra Bob Sapp...) - já está provado dentro dos ringues. Assim também demonstram sua superioridade através do autocontrole.

 

Diferente dos iniciantes e imaturos, empolgados, não valorizamos ou enfatizamos a cultura da violência no heavy metal, pois os adeptos formam uma grande e extensa família que tem como vínculo comum o amor ao metal.

 

Portanto, é importante deixar claro ao público externo à cultura underground que tais oposições preconceituosas, como essas acusações de que os shows seriam “antros” de drogas, bebidas e violência não procedem. Índices elevados de uso de drogas e álcool são observados em eventos de música sem consistência, como o “pagodão”, já que não há conteúdo musical e o foco dos eventos é realmente a baixaria. Todavia, muitos pais não tem restrições em permitir a ida de seus filhos a esses eventos, por influência da mídia que os promove, mas se opõem aos de rock, em razão de um preconceito fútil e hipócrita, pautado no julgamento das aparências, visto que o metal é contracultura, protesta contra o sistema e adota um estilo que rompe com os padrões da sociedade. É importante que o público saiba que os músicos de metal, sobretudo de heavy, speed, thrash, death metal, etc., possuem normalmente formação e um bom nível técnico musical, pois as bandas e obras de referência são bem elaboradas, recebendo muitas vezes até mesmo influência direta da música erudita, como é o caso de muitas bandas de prog e heavy metal. Quem vai a um show de metal, vai por causa da música e não em busca de confusão ou baixarias, a não ser no caso, como disse, dos iniciantes empolgados ou daqueles que apesar do tempo nunca atingiram a maturidade por falta de fundamento, não podendo por isso mesmo representarem ou serem parâmetros.

 

Voltando ao show, o Godslayer de Guanambi é uma banda formada em 2011, com diversas influências, inclusive, do próprio Malefactor com quem subiu ao palco. Os caras apresentaram um bom show, abrindo a noite com um death metal de temática viking. A banda praticamente não teve mudanças desde sua formação original e está em processo de produção de seu primeiro EP.

 

Em seguida veio o Blackchest, representando Itabuna com um heavy metal de qualidade. A banda está na estrada desde 2005, passou por algumas mudanças de formação e tem influências como Saxon e Running Wild. Seu primeiro trabalho, The Lung of Stone, já tem obtido reconhecimento na cena nacional e internacional.

 

O Headhunter D.C. foi a terceira banda da noite. Baloff no início enfatizou a importância e tradição da cena underground de Itabuna, e fez menção de bandas que fizeram história como Scrupulous e Second Face. Há exatos vinte anos atrás, em 1994, o Headhunter tocou num show épico no Itabuna Esporte Clube, show que marcou a memória do público e mesmo da própria banda, conforme reconheceu Baloff. No set do Nativy in Black clássicos como Am I Crazy do Born... Surffer... Die, dessa época de 94, quando só tínhamos aqui em Itabuna os vinis do primeirão e do Punishment at Dawl.

 

O Malefactor fechou com chave de ouro num show impecável, demonstrando como sempre altíssimo nível composicional, e apesar do cansaço, movidos pela energia do show, estendeu o som até o amanhecer do dia. Uma noite inesquecível na história do metal de Itabuna e do Sul da Bahia.

 

Um salve à organização, aos nossos parceiros Gustavo e Fauro, às bandas e a todos que compareceram nesse grande evento! Heavy metal never dies!!!

 

 

 

 

 


 


Aniversário de Itacaré: problemas licitatórios


Por uma questão de transparência, acho importante compartilhar que o custo de contratação das bandas do aniversário de Itacaré que aconteceu nesse final de semana foi de R$ 118.000,00...

Isso mesmo, a prefeitura de Itacaré pagou 118 mil reais (nosso dinheiro) sem licitação para a empresa "M dos Santos Produção" contratar as bandas da Festa da cidade.

Confira o trecho conforme publicado do Diário Oficial:
CONTRATO Nº 60-A/2013 – Contratado: M DOS SANTOS PRODUÇÃO – ME, inscrita no CNPJ sob o nº.
18.084.314/0001-85. Objeto: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE AGENCIAMENTO DE BANDAS PARA
APRESENTAÇÃO NA FESTA TRADICIONAL DO PADROEIRO DE SÃO MIGUEL, NA SEDE DO MUNICÍPIO. Valor
Total: R$ 118.000,00 (cento e dezoito mil reais). Vigência: 24/09/2013 a 31/12/2013. Dotação: SECRETARIA: 2016-
SECRETARIA MUN. DE JUVENTUDE, ESPORTE E CULTURA; Unidade: 20.16.01 SECRETARIA MUN. DE
JUVENTUDE, ESPORTE E CULTURA; 273920.082.030 Incentivo e Desenvolvimento das ações culturais e artísticas;
3.3.9.0.39.00.00 Outros Serviços Terceiros - Pessoa Jurídica. Processo Licitatório: Inexigibilidade de Licitação nº
015/2013.

Fonte: http://ba.ioe.org.br/prefeitura/itacare/listagem.cfm?pagina=abre_documentos&arquivo=_repositorio%2F%2F_documentos%2F177%2F4107%2F_conta_publica%2FA3871CBC-BAB6-D072-4DF3A82B6FAFF61E31102013061023.pdf&mime_type=application%2Fpdf

Agora eu pergunto aos artistas de Itacaré: foi cumprida a Lei que estipula que uma parcela desse dinheiro deveria ter sido utilizada para contratar bandas locais?

Gabriel Siqueira



Cancelamento do Carnaval de Itabuna: retorno à Idade Média?

Por Rômulo Macêdo


Acredito que a pressão do eleitorado dos religiosos fundamentalistas e de mente fechada foi decisiva no cancelamento do carnavalem itabuna, apesar de que na primeira entrevista Vane tenha demonstrado uma postura sensata inicialmente ao frisar que a iniciativa era do setor privado e que ele como prefeito não podia impedir ou impor sua concepção sobre o carnaval...Os xiitas fanáticos e radicais de alguns segmentos da religião, porém, que pressionam e se opõem, desconhecem a história do carnaval, seja na Europa ou no próprio Brasil, e tampouco querem abrir suas mentes para uma reflexão...Não tem diálogo...Preconceito literalmente...Se, por exemplo, no RJ, é feito um desfile de escolas de samba, questionamos se o samba ou dança são ruins em si mesmos...Se, porém, alguém quer cometer algum excesso é problema seu, pois Jesus Cristo não deixou de servir vinho no casamento, nem devo deixar de promover um evento de gastronomia porque alguém pode cometer gula...




Lançamento do Cd Repúblicas e Mutretas do Mendigos Blues

 

Por Rômulo Macêdo

 


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Foto: Kallyne Cristina


Aconteceu nesse sábado (09/11/2013) em Itabuna o lançamento do CD Repúblicas e Mutretas do Mendigos Blues. A banda, que já passou por algumas formações e tem composições na linha blues/rock, lança agora seu primeiro trabalho oficial e contou com um bom público regional, prestigiando o momento. As músicas foram alternadas com vídeos sobre a banda e o que foi muito bem recebido pelo público. Tocaram também na abertura as bandas Rebocados e Manzuá, que fizeram bons shows para a galera presente.

 

No fim, um momento de jam com músicos do Sul da Bahia, com repertórios autorais e covers do The Doors, Ramones, Hendrix, Iron, etc.

 

Portanto, um salve a toda galera presente e um salve ao Mendigos Blues! Rock and blues never dies!

 



Projeto X Itaipava

 

Por Redação E. Brasil

 


 


Aconteceu nesse sábado (09/11/2013) na Estância Santo Antônio o Projeto X Itaipava. O evento contou com a participação dos Djs Caio Catibani, Gabriel Duque e Marloko. Tivemos o privilégio de, juntamente com o DJ Marloko, fazer uma participação especial, soltando alguns sons clássicos para a galera como o Rappa, Racionais e Bob Marley. O público lotou a festa, que era open bar, de modo que, depois de algumas horas de duração, não podia entrar mais ninguém, ou seja, literalmente, “não deu pra quem quis”, rsrs...

 

Os parabéns à organização, sobretudo, a Luan Freitas, que, como sempre, nos recepcionou muito bem! rs Que venham outros e outros! Jah bless!


 

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Show underground no Galpão: Canelada HC/ Lemmy Saves/ PDM/ Matanza


 

Sobre jornalismo, cultura underground e crítica de arte

Por Rômulo Macêdo

 

04/11/2013


 


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 Show de abertura do Lemmy Saves


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Itabuna, historicamente, sempre teve uma cena underground que figura entre as mais fortes da Bahia, berço do rock no Brasil com Raulzito. Podemos demonstrar isso, por exemplo, no evento do último aniversário da cidade, em julho/agosto de 2013, quando na quinta-feira, um dia que teve rock e reggae predominantes, tivemos um público estimado em mais de trinta mil pessoas (o Rock in Rio esse ano teve cerca de oitenta e cinco mil por noite...) no dia que Edson Gomes tocou. Rosa de Saron mesmo tocando na sexta, com a Globo e a Som Livre, não conseguiu metade do público, e ainda assim um público que não tinha a mesma vibe... A cena ainda é muito forte em Itabuna...

 

Nesse domingo tivemos um show underground no Galpão, conhecida casa de shows da cidade. Não encontrei nenhum outro representante da imprensa lá. Não intento com isso dar alfinetadas em quem quer que seja, nem, com certeza, tentar elevar meu trabalho acima dos demais, o que seria injusto, mas apenas chamar a atenção de quem pensa e reflete o jornalismo e dos pesquisadores da área de história e afins, por exemplo. Por outro lado, o fato de não desejar usar a pena para criticar quem quer que seja não pode também ser justificativa para ser omisso e deixar de fazer observações sobre determinadas questões.

 

A história muitas vezes é escrita com certos enfoques subjetivos dos escritores e o pesquisador de história que elege como fonte de sua pesquisa o material de imprensa deve se aproximar de sua fonte levando em consideração tais questões...

 

É evidente aqui que a cultura underground não é tão interessante aos olhos de muitos órgãos de imprensa, e isso tem várias implicações na própria história cultural ou mesmo em um sentido pedagógico e de formação do público em crítica de arte. O questionamento que fazemos é sobre o porquê de tanto interesse e ênfase na música de entretenimento, como dizia Adorno, artistas e bandas que mesmo que não enfatizem a vulgaridade em suas letras, apenas divertem o público, sem o instruir ou conscientizar, ou ainda sem nenhum tipo de engajamento político e social...Isso é típico e característico no axé music, por exemplo...Sem falar nos artistas e bandas que não tem teor ou conteúdo algum, senão o da vulgaridade, como é amplamente percebido no arrocha e pagode, como no caso de Polentinha e outros, que, como diria Adorno, sequer chegam a ser música séria...O público leigo e sem noção, que deveria ser instruído pela crítica especializada, fica, portanto, sem norte algum, visto que não há crítica especializada, e a instância que deveria exercer essa função apenas ratifica e corrobora a cultura de massa, a qual por sua vez induz as pessoas a agirem como se não tivessem cérebro, aderindo a uma cultura musical ridícula e frívola, como a de muitos arrochas e pagodões que nos tem sido impostos através dos sons dos carros dos playboys sem noção...

 

Como disse, não há interesse na região por grande parte dos veículos de imprensa para cobrir shows na linha underground, mesmo no caso de um show com o Matanza, banda de hardcore conhecida no cenário nacional e que teve seu vocalista como comentarista do Multishow no dia do esperado show do Metallica no Rock in Rio, aliás - diga-se de passagem – comentarista inadequado para a banda... É dureza ser fã de uma banda, conhecer sua história e discografia, estar na expectativa de assistir um show, e momentos antes ter que aturar certas falas clichês, por exemplo, sobre o quinto disco, mais conhecido como Black Album, que não reflete e traduz a representação histórica da banda na cena oitentista do speed/thrash, pois já reflete outra era da banda... Isso vindo de quem tinha o monopólio da cobertura jornalística do maior evento de música do mundo... Foi duro também ter que aturar o apresentador do Fantástico comentando o show do Metallica na Globo... E ainda a produção do RIR alega que o critério de escolha da cobertura é o caráter especializado da crítica, ha...ha...ha... É preciso denunciar a manipulação que tem como motivações um monopólio atrelado a interesses comerciais/publicitários, o que se constituiu em um afronta à Constituição e à maior conquista da recente história do Brasil, na déc. de 80, a saber, a liberdade de expressão e de imprensa. A indignação provém da injustiça e despreparo, ou mesmo do desrespeito para com o público... Quem deveria estar como comentarista era FSF ou ACM da tradicional Rock Brigade...Isso sim, é crítica especializada que tem história, mas Matanza...Particularmente nunca me agradou a personalidade vocal do Matanza, apesar de que respeite quem curte... Pra quem acompanhou a época aúrea do underground no Brasil, seja no metal com Sarcófago, The Mist, Sepultura, Overdose, Viper e depois Angra, etc., ou punk, com Cólera, Olho Sêco, Ratos, etc., fica difícil de engolir, mas se isso é feito nesse contexto, que dizer da imprensa no Sul da Bahia...

 

Na verdade, perdeu-se muito hoje a cultura de cobrir um evento cultural fazendo crítica de arte através da crônica, que posteriormente pode e deve ser utilizada como fonte histórica. Era isso que observávamos há vinte anos atrás em várias revistas de música, como Top Rock, Bizz, e sobretudo Rock Brigade, a mais importante publicação underground da época áurea do metal brasileiro. As revistas não tinham periodicidade sequer semanal e não havia essa tirania do imediatismo que a cultura jornalística da internet implantou... Os textos sobre a realização de grandes festivais como Hollywood Rock ou Monsters of Rock eram elaborados sem essa mentalidade imediatista, que não trouxe grandes contribuições, senão a da velocidade da disponibilização da informação. Todavia, questionamos se o processo literário (pois o jornalismo do séc. XVIII, por exemplo, tinha como motivação a divulgação da literatura, e não a primazia da publicidade como na contemporaneidade...) realmente pode se desenvolver adequadamente sob esse tipo de imposição e tirania... Quem deve ter a primazia é a literatura e não os demais fatores...Vivemos uma inversão de valores, visto que a forma importa mais que o conteúdo e o que deveria ser secundário tornou-se primordial...

 

Atualmente, em muitos casos no meio jornalístico a mentalidade é a de que cobrir bem um evento é divulgá-lo previamente e depois escrever poucas linhas (quando se escreve...) e postar as fotos ou algo do tipo... Pergunta-se: como discorrer previamente sobre algo que ainda não ocorreu? Por outro lado, esse procedimento vazio de não produzir nada literariamente posterior ao evento deixa muito a desejar...Mas, se se tem um site com um bom design para exibir fotos, isso já satisfaz grande parte do público... Entretanto, de nada adianta um livro ou CD com uma bela capa sem, todavia, um bom conteúdo... A criticidade dos leitores precisa ser despertada, mas é a filosofia e uma crítica bem preparada e com formação que pode mediar o conhecimento para o público.

 

Para muitos professores de metodologia não é recomendável a redação de textos extensos e longos períodos no jornalismo contemporâneo, ou seja, declaram que é preciso invocar os clássicos, porém, segundo esses mesmos critérios, incorrem em contradição, pois Machado de Assis, um dos maiores escritores da história universal, seria condenado por eles em sua atividade de jornalista...Isso equivaleria a dizer que não devemos dar uma aula expositiva de mais de dez minutos senão os alunos não vão permanecer...Quem não permanece ou quem não tem disposição à leitura vai permanecer na ignorância, mas nem por isso um professor ou redator deve deixar de transmitir seu conteúdo na íntegra...

 

O show no Galpão começou com o Canelada HC, que tem influências de bandas de hardcore e crossover. A banda tem pouco tempo de formação em Salvador, mas apesar disso teve em seu set metade de músicas próprias e covers como RDP e Sepultura, que sempre vão cair nas graças do público. A galera da banda comentou e elogiou a receptividade e vibe do público do sul da Bahia.

 

Depois veio o Lemmy Saves, que também tocou no festival de aniversário da cidade, a única banda local da noite. A banda existe desde 2011, passando por mudanças de formação e tendo como influências a geração de bandas 60/70. Fizeram cover do Ramones, The Clash, The Doors, etc., enquanto a galera curtiu e elogiou o som depois do show. Muita gente foi ao show mais por causa do Lemmy Saves e as duas outras bandas que pelo próprio Matanza...

 

Em seguida, o Pastel de Miolos, punk rock/HC, fez um show enérgico, que levou a galera a agitar muito, sem dúvida, um dos principais shows da noite... A banda já está com mais de dez anos de estrada, com alguns trabalhos gravados e um tributo.

 

Nesse intervalo, o DJ largou a pedrada do Reign in Blood do Slayer levando a galera a formar uma roda sem banda...Sem dúvida, um dos álbuns mais influentes da história do underground e uma importante referência da verdadeira old school para essa nova geração do new metal, que muitas vezes cresce sem fundamento sólido...Em seguida, outra pedrada: Powerslave do Iron, levando a galera a formar outra roda...rsrs

 

 

Por fim, veio o Matanza, que está em turnê do lançamento do CD novo e tocou pela primeira vez em Itabuna para a alegria de seus fãs. Entre o público presente muita divisão, pois apesar de que a galera mais nova curta o som deles, muita gente critica o som dos caras, sobretudo pelo vocal e letras, e aqui em Itabuna não foi diferente...

 

Não há dúvidas de que é muito importante a realização de eventos como o de domingo na cidade, seja por sua tradição no underground, seja pela diversidade cultural, em meio a tantos eventos de música irrelevante e sem conteúdo...Não estamos sendo tendenciosos, mas alguém precisa ter coragem de afirmar que a cultura predominante atual do pagode e do arrocha na música baiana é no mínimo degradante, ainda que essa fala seja dissonante para a maioria. É preciso conhecer e entender a cultura underground para que sejam minimizados os preconceitos e assim, por exemplo, muitos pais abandonem a atitude preconceituosa e infundada de proibirem seus filhos de irem a um show de rock, enquanto não fazem a mínima objeção aos de pagode e arrocha com suas baixarias e vulgaridades...O que isso acrescenta culturalmente? Pelo contrário, induz a juventude a baixar o nível. Todavia, um tipo de música que tem um engajamento social e político, que denuncia a exploração e as injustiças do sistema, por certo tem o que somar, apesar de que seja natural a reação de preconceito por parte desse mesmo sistema que está sendo denunciado.

 

Desse modo, desejamos aqui deixar nossa contribuição, uma vez que recentemente em Itabuna um órgão de imprensa incitou o cancelamento de um show de rock em uma escola, afirmando que shows de rock são “antros” de álcool e drogas, o que causou revolta em muitos músicos, artistas de outros segmentos, professores, críticos, e no público em geral. Não podemos nos omitir diante da injustiça dos dois pesos e duas medidas, pois não se vê o mesmo tratamento em relação aos excessos e degradação da maioria dos shows e eventos de música da Bahia...Não se vê nenhum veículo de imprensa afirmar que qualquer show realizado na cidade, por exemplo, seja um “antro” pelo fato de haver pessoas bebendo, o que demonstra claramente que esse argumento e acusação não passam de pretexto para o preconceito infundado de muitos...

 

Tenho dito em meus workshops e aulas de filosofia da arte que o rock é um dos gêneros musicais contemporâneos de lirismo mais intenso, característica herdada do blues. Raulzito já dizia no Baú, comparando rock e bossa, que ele preferia o rock, pois o achava melhor para expressar o que sentia (e pensava...). Ora, se o rock é um gênero musical marcado pela total liberdade de expressão, pelo protesto, pela ruptura com dogmas, tabús, costumes infundados, etc., o que está perfeitamente em consonância com o espírito da arte em geral, porque associá-lo necessariamente com a ideia do vício (excesso), que representam exatamente o oposto da liberdade? Paradoxal não? Contraditório mesmo...

 

Ozzy e Mustaine tocaram recentemente no Brasil (nosso correspondente, Luciano Macêdo, fez a cobertura de um dos shows em Porto Alegre) e não se encaixam mais nesse perfil, entretanto, não deixaram de ser referências universais. E então? Porque será que ambos não mantiveram o ritmo de vícios do início de suas carreiras? Porque não há fígado ou cérebro que aguente. É fácil quando se é iniciante ficar nessa empolgação de achar que o estilo de vida do rock n' roll é isso, dando, inclusive, margem para esse tipo de acusação preconceituosa, mencionada acima. Todavia, percebemos que essa ideia não se sustenta. Se ela tivesse fundamento então nem Ozzy, nem Mustaine, nem Hetfield, seriam rock n' roll, nota-se que conclusão absurda e sem noção? O show do Metallica no último RIR foi impecável e que Hetfield (internado numa clínica de recuperação tempos atrás) se mantenha nesse ritmo, o que o público agradecerá sempre...Se os caras do Iron viajassem nessa ideia não teriam o nível de excelência que tem e não seriam a maior banda de heavy metal de todos os tempos, antes seriam como muitos medíocres, ostentando vícios por não ter música de responsa para apresentar... Por outro lado, como apontamos acima, ninguém fica desmerecendo outros estilos musicais por causa de possíveis excessos dos artistas que os representam. Por isso, menos preconceito e mais informação! Long live rock n' roll!

 


 


 

 

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Turnê do Black Sabbath no Brasil/ 2013

 


 

Show pra quem merece!


O ano era 1990. Um adolescente desabafa com um amigo sobre o sonho de ver a banda que inventou o Heavy Metal. O seu amigo riu e logo o desiludiu, afirmando que jamais realizaria seu sonho, pois a banda já tinha acabado e Ozzy tinha deixado o Black Sabbath desde 1976.
Vinte e três anos depois, ao som de “War Pigs”, os pais do Heavy Metal iniciavam, com a turnê “13” no Brasil, o seu primeiro show foi em Porto Alegre, depois SP, RJ e BH . “Age of Reason”; “End of Beginning” e “God is Dead?” foram as três novas músicas tocadas do elogiado álbum “13”, um mergulho nostálgico na década de 70, um retorno a fase clássica e consagrada da banda. No entanto, o público vibrou mesmo foi com as clássicas: “Into the Void”; “Under the Sun”; “Snowblind”, “Children of the Grave” e a aterrorizante “Black Sabbath”, além dos hinos: “Iron Man” e “N.I.B”. E sem piedade alguma, o Black Sabbath finalizou apoteoticamente, bombardeando seus fãs com os acordes enlouquecedores de “Paranoid”.
Os mais durões tentavam esconder as lágrimas que insistiam em molhar as camisas pretas. A qualidade do som foi impecável, mesmo porque não podia ser diferente. O baixo de Geezer Butler deixava a noite mais sombria, A sonoridade densa da guitarra do “Senhor dos riffs”, Tony Iommi, foi dramática, exatamente como nas gravações originais. Era nítido que a mobilidade de Ozzy estava comprometida pela idade e pelos excessos ao longo da sua vida, mas o “louco“, como ele mesmo se intitulou, provocava, instigava e controlava a multidão como só um mestre faz com seus discípulos. Clufetos fez um solo de bateria espetacular, sobrenatural, provando em definitivo ser merecedor de acompanhar os pais do Metal.
O público que gritava por “Iommi” eram senhores e senhoras da 3º idade, acompanhados de adultos e adolescentes, provando que o rock é eterno, pois seus seguidores se renovam continuamente.
Ah, quanto ao adolescente de 1990? Ele continua adolescente, realizou o sonho de ver os precursores do Metal e ainda, sob forte emoção, escreve este texto.

                                                                                    Luciano Macêdo .’.

 

 



Luciano Macêdo é graduando em cinema na Universidade Federal do Recôncavo Baiano, headbanger na cena de Feira de Santana há mais de vinte anos e correspondente da E. Brasil.



Sobre a E. Brasil

A Revista Ensino Brasill é uma publicação que preza por um jornalismo de conteúdo mais consistente. Muitos dos veículos do jornalismo atual têm apresentado um conteúdo insatisfatório, visto deterem-se meramente na politicagem e violência. Eles negligenciam uma abordagem mais relevante, que se volte para o conhecimento e para a instrução, razão pela qual apontamos para tal insatisfatoriedade. Discorremos mais aprofundadamente sobre esse assunto no ensaio "Sobre o Jornalismo".
Esta publicação propõe a transmissão de conteúdos que viabilizem, não apenas a atualização, mas a formação do leitor brasileiro. São palavras-chave da Ensino Brasil: ciência política, educação, esportes, cultura, crítica literária, crítica de arte, ensaios, poesias, etc. A abordagem, por exemplo, das teorias políticas, em vez da mera ênfase em casos particulares, possibilita o desenvolvimento duma perspectiva crítica no cidadão brasileiro, de modo que possa analisar o fluxo dos casos particulares. Não que tais casos não devam ser citados. O que censuramos é a limitação a eles, a qual, ainda que não seja geral, é mui freqüente. Também, se sagramos um espaço à educação, isso contribuirá para a formação do leitor. Cremos ser isso melhor que saturá-lo com matérias sobre corrupção e violência. Mais uma vez, a crítica aqui é dirigida ao excesso, e não ao tipo de abordagem em si, a qual é dotada de caráter complementar, e, tal como disse Aristóteles na Retórica, funcionaria como o que ele chama de "exemplo".

 

 

 

 


 

 


 

 

 



 


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